'''Localização Geográfica''' Com uma área total de 177 Km², representando 0,32% do Estado da Paraíba; 0,0114% da Região Nordeste e 0,0021% do Brasil, Mãe d’Água está situada na micro-região da serra do Teixeira, a uma distância de 340 km da capital João Pessoa Limita-se ao norte com Santa Terezinha e Patos; ao sul com Imaculada e a leste com São José do Bonfim, Teixeira e Maturéia, ao oeste com Catingueira e Olho d’Água.
• Planalto da Borborema que forma uma quadrijunção dos municípios de Mãe d’Água, Maturéia, Teixeira e Imaculada • Serra Preta marco de divisa entre Mãe d’Água, São José do Bonfim e Patos. • Barragem do Capoeira e Serra do Aleixo que servem como divisores entre Mãe d’Água e Santa Terezinha. • Rio da Cruz delimita fronteiras entre o Município de Mãe d’Água, Imaculada e Catingueira
'''Aspectos da Vegetação''' A cobertura da vegetação nativa da região do empreendimento é bastante descaracterizada em função das atividades antrópicas ao longo dos anos é representada por Caatinga hiperxerófila. O estrato herbáceo desse ambiente é periódico devido essencialmente a escassez d’água no período seco. Esta estação induz à queda foliar de boa parte da flora arbustiva e arbórea regional. Fenômeno característico da vegetação em questão. Quando ao período chuvoso, cresce o estrato herbáceo, brotam folhas e surge um bom número de espécies floradas. Esta vegetação apresenta-se quase que exclusivamente como mata secundária, oriunda do desmatamento e do cultivo de algodão, fumo e agricultura de subsistência.
'''Aspectos da Geologia Regional''' Segundo o Mapa Geológico do Estado da Paraíba, a região do município de Mãe d’Água está inserida na Província Borborema, Unidade, Lito-estatigráfica Pré-Cambriana, Zona Geotectônica de Teixeira, do Período Pré-Cambiano Superior, composta por rochas Plutônicas Granulares, granitóides: granitos, granodioritos, monzonitos e tona-litos (PEAGR) e Sienitos (PEAQ), que ocorrem na superfície, como no caso os matacões que afloram na área.
'''Aspectos climáticos''' Mãe d’Água possui clima tropical semi-árido seco e úmido. No Sopé do Planalto da Borborema predomina o clima semi-árido úmido e no restante do município o clima semi-árido seco. As precipitações são bastante irregulares e distribuídas nos meses de janeiro a maio. A média anual de chuva é de 800 mm. As temperaturas medidas variam entre 25º e 36º ocorrendo oscilações de temperatura durante o ano.
'''Aspectos Faunísticos''' A fauna nativa terrestre da região do município de Mãe d’Água é pouco representativa. O processo de escassez destes animais, subtende-se ao efeito das ações antrópicas desmatamento, caça, ao longo dos anos. Segundo a descrição de moradores do local, as espécies remanescentes são de pequeno tamanho e reprodutivamente prolíficos, geralmente com seus habitat’s nas matas de encostas de serra da região.
'''Aspectos Hidrográficos''' O Sistema hidrográfico do município de Mãe d’Água pertence a Bacia Hidrográfica do Rio Espinharas, com todos os rios e riachos desaguando no Riacho da Cruz que nasce no Sítio Santo Antonio, município de Imaculada, na nascente o rio recebe o nome de Rio do Planastro e deságua no
Açude do Capoeira, sendo o principal afluente do
Rio Espinharas. A região é caracterizada por drenagens intermitentes. Classificada como de baixo potencial hídrico superficial, com solos pedregosos pouco desenvolvidos altamente impermeáveis. Dá-se o escoamento superficial durante a curta duração das chuvas, e durante a maior parte do ano os riachos secam completamente. A região é carente de recursos hídricos. O abastecimento da cidade, ainda é precário, sendo a água captada através de poços amazonas, e quando em época de grande estiagem na região, ocorre deficiência de água. Outro fator que agrava ainda mais o problema da água é a vasta extensão de terras que servem ao plantio de fumo, são cerca de 60 hectares de terras com um consumo diário de mais de 270.000 mil litros de água (cerca de 30 bombas com capacidade de aspersão de 9.000 litros água por hora). A comunidade por sua vez, explora esse recurso de forma irresponsável, sem dar-se conta de que suas ações predatórias recaem sobre si mesmas. A conseqüência desses três fatores é que entre os meses de novembro e dezembro a cidade é abastecida por carros-pipa. Preocupado com esta situação a Prefeitura Municipal e o Governo Federal idealizaram a construção da barragem Estreito do Caititu, que leva este nome em homenagem a um pássaro exótico que entrou em extinção nessa região. A
Barragem Estreito do Caititu será construída no município de Mãe d’Água-PB, com o objetivo de regularizar o fornecimento de água para os habitantes deste município. A construção da obra e a posterior formação do reservatório poderá também disponibilizar água para a agricultura na jusante e para a piscicultura. Serão beneficiados direta ou indiretamente 3.459 habitantes residentes nas áreas urbanas e rurais do Município. A construção da referida barragem aumentará substancialmente a capacidade de armazenamento de água, oferecendo assim, mais segurança no abastecimento de água para as comunidades de Mãe d’Água, Distrito de Santa Maria Gorete e Vila Capoeira, além da prática de agricultura em vazantes e pequena irrigação em áreas jusantes. A realização da obra irá contribuir de forma positiva para a melhoria da qualidade de vida da população local, atendendo assim as suas reivindicações relativas à ampliação e melhoria do sistema de abastecimento de água para consumo humano. Os recursos para construção da obra hídrica são provenientes do Governo Federal, através da FUNASA - Fundação Nacional de Saúde, e estão estimados em R$ 206.110,92, com recursos de contrapartida da Prefeitura Municipal de Mãe d’Água no valor de 1% do total da obra. O volume total de acumulação d’água está estimado em 235.007,00 m³, ocupando uma área de bacia hidráulica estimada em 12,06 ha. As obras foram iniciadas neste ano de 2006, houve uma grande geração de renda no município, cerca de 50 famílias foram beneficiadas.
'''Esgoto: Destino e fatores prejudiciais''' Existem três afluentes principais que levam os dejetos urbanos para o canal do Rio da Cruz. Após análise química foi evidenciado em alto grau ter contaminação por colifórnio fecal o que indica um grave problema de poluição microbiana no leito do Rio da Cruz. Não há no Município de Mãe d’Água uma estação de tratamento que amenize a poluição causadas pelos efluentes, o que leva todos os indicadores microbianos direto para o canal do rio, poluindo a água, contribuído para o surgimento de novas doenças na população, além de causar danos ambientais.
História da construção do Açude Capoeira O presente texto foi feito através de relato de fatos feito pelos senhores Inácio Ramos de Lucena 53 anos e José Soares da Costa, 65 anos ex-moradores da antiga Vila de Santa Maria Gorete e hoje residentes no Distrito de Santa Maria Gorete. E de dados provenientes de pesquisas feita pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente do município de Mãe d’Água. As obras de construção do capoeira tiveram início no ano de 1984 (segundo dados da SAAMA - Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente do município) durante o governo de Wilson Braga e continuou até 1985. Inicialmente o açude iria ser feito para alcançar a capacidade máxima de 56.000.000 m³ de água, o eu acarretaria inundação das casas da antiga vila de Santa Maria Gorete, hoje, Vila Capoeira, esse fato fez com que o Estado liberasse a indenização de todas as famílias daquela localidade e lotes de terras para a construção de novas casas em outro local, onde hoje é o Distrito de Santa Maria Gorete. Porém, no decorrer das obras o projeto foi modificado e a capacidade do açude passou a ser 53.450.000 m³ de água, mesmo assim a indenização foi paga, passando a ser do Estado a posse das referidas terras. Em 1984 mais da metade das famílias que ali residiam saíram de suas casas dando início ao atual Distrito de Santa Maria Gorete, tendo como primeiro morador o Sr. José Soares da Costa. Algumas famílias, porém resistiram a desocupação e continuaram no seu local de origem. No ano de 1984 o açude teve sua primeira cheia, mesmo antes da conclusão das obras que só ocorreu no ano seguinte. Ao notar que a água não atingiria as casas muitas pessoas vindas de sítios da região como Aleixo e Alecrim e algumas do município de Patos começaram a construir novas casas e habitar as margens do açude onde hoje recebe o nome de Vila Capoeira. Após a reconstrução do local o número de família cresceu consideravelmente e hoje a Vila Capoeira conta com 44 famílias residindo neste local (segundo SAAMA). A base da economia após o açude mudou, já que antes os habitantes contavam apenas com o período das chuvas para retirar da terra seu alimento, hoje, eles vivem da pesca feita com canoas artesanais onde a maior parte dos peixes é destinado a venda e da agricultura feita através de irrigação onde plantações de melancia feijão e milho são feitas durante todo o ano as margens do açude. Dentro do açude aparece vegetações características (aquáticas) e pequenos aglomerados de terras cobertas por vegetação verde que ficam emersas quando o nível da água baixa e são denominados de ilhas onde pescadores constroem cabanas para passar a noite quando estão pescando.
A fundação da cidade Leonardo Camboim construiu a primeira casa em 1901, o mesmo ano em que foi realizada a primeira feira. Os diversos bancos armados na feira venderam tudo em poucas horas. Ficaram "rapados". Este episódio contribuiu para que a localidade passasse a ser chamada Vila do Rapa. A denominação de Mãe D'Água surgiu por causa das diversas fontes d'água encontradas na região, cuja potabilidade era elogiada pelos moradores e visitantes.
Em 1936, pessoas influentes se associaram e compraram o primeiro veículo motorizado de Mãe D'Água. Era um caminhão, utilizado pelos sócios, para transportar algodão com destino a Patos. Os primeiros telefones instalados em Mãe D'Água dependiam de baterias, a cujos terminais eram ligados fios, encimados por postes de madeira. O inusitado dessa história é que, quando um telefonema era dado para o município, os demais também anunciavam a chamada, simultaneamente. "Ninguém tinha privacidade", comenta o prefeito Júnior Tota, 34 anos.
E como foi que Mãe D’Água se originou? A equipe de pesquisadores da Fundação Francisco Mascarenhas diz que a fundação dos alicerces do município teve origem numa gleba de terra que pertencia ao pioneiro Eduardo Camboim. Ele e três irmãos - João, Emiliano e Cirilo -, resolveram tomar posse de suas terras. Concretizaram este sonho no início do século XX, quando partiram do sítio Riacho do Cipó, em Catingueira, para cumprir a missão.
A cultura do algodão, bem desenvolvida nesta área serrana, logo atraiu outros moradores, que chegavam para desenvolver outros plantios ou trabalhar nos já existentes. As casas foram sendo construídas numa rapidez fora do comum. Poucos meses depois, já com uma razoável população, a vila que nascia foi batizada de Umbuzeiro, por causa do grande número dessas árvores encontradas nos arredores.
Até 1941 Mãe D'Água era um município quase isolado. As comunicações, a pé ou a cavalo, eram feitas através das serras que circundam o Pico do Jabre. O que saía ou entrava na vila, era transportado em lombo de jumentos. Foi aí que surgiu um homem conhecido por Zuca, que morava no sítio Apertado, hoje situado no município de São José do Bonfim. Zuca procurou o então prefeito de Teixeira, o famoso doutor Otávio, e pediu a construção da estrada ligando Mãe D'Água a São José do Bonfim.
A estrada nasceu no peito e na raça. Zuca foi encarregado de angariar donativos particulares, a fim de ajudar no pagamento da empreitada. O ano de 1941 não havia ainda terminado, quando Zuca e Dr. Otávio saíram de São José do Bonfim para Mãe D'Água, a bordo de um caminhão Studebacker, fabricado em 1936, com o objetivo de inaugurar a nova estrada. Foi aquela festa. A estrada ainda hoje é a mesma, salvo a interferência de pequenas correções topográficas.
Um dos fatos que se liga muito à existência de Mãe D'Água é que conta a teimosia dos moradores da antiga Vila de Santa Maria Gorete, hoje Vila Capoeira. O açude Capoeira, que é construído no curso maior do Rio Espinharas, foi iniciado em 1984. Inácio Ramos de Lucena, 55 anos e José Soares da Costa, 67, serviram de fontes de informação para os pesquisadores da Fundação Francisco Mascarenhas e contaram o seguinte:
Inicialmente, o açude iria alcançar a capacidade máxima de 56 milhões de metros cúbicos de água. Isto acarretaria a inundação total da área da vila.Todas as famílias da atual Vila Capoeira foram indenizadas. Também foram liberados lotes de terra em local seguro, para a construção das novas casas. No decorrer das obras o projeto acabou modificado e o açude passou a ter sua capacidade máxima de armazenamento em 53,4 milhões de metros cúbicos de água. A maioria das famílias mudou-se para o hoje distrito de Santa Maria Gorete, cujo primeiro morador foi Costa.
Outras famílias cismaram e não arredaram o pé. Ficaram em Vila Capoeira, mesmo correndo o risco de terem suas casas inundadas. A primeira cheia, registrada em 1985, antes da conclusão da barragem, não chegou nem perto da vila. Isto contribiu para que agricultores dos sítios Aleixo e Alecrim se mudassem para a Vila Capoeira, construindo novas casas. Hoje, 46 famílias residem na Vila Capoeira, explorando a pesca e agricultura como principais atividades. "Em 2004 eu tive um susto grande: quando abri a porta pela manhã notei que as águas haviam chegado a uns 100m da minha casa", lembra o pescador-agricultor Joacil Hipólito da Siva, 32 anos.
Nos dias atuais, Mãe D'Água quer ser reconhecida como"a cidade das muitas atrações". "Nossa melhor mercadoria à venda é a natureza, a tranqüilidade e a vocação que temos para o turismo selvagem ou ecológico", diz Alexandre Barros, 24 anos, diretor de turismo do município. Segundo ele, Mãe D'Água é o lugar ideal para quem deseja descansar do barulho do mundo moderno. "Nosso povo considera a hospitalidade como tradição", explica.
Fontes de pesquisa: Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente, Prefeitura Municipal de Mãe D’água e Secretaria de Saúde.